Flu não pode mais reclamar da sorte

O cenário estava armado: Quase 40 mil tricolores, para “jantar” o vice-lanterna no Engenhão e reassumir, sem sustos, a liderança.

Mas faltou combinar com o prato principal.

O Goiás, que já chegou praticamente condenado à Série B, fez parecer no primeiro tempo que o rebaixado era o Fluminense. Engessado, sem conseguir encaixar nenhuma jogada trabalhada em meio à marcação esmeraldina, o líder deixou Harlei de camarote.

Deco inexistiu no jogo. Com exceção de uma única jogada individual, que finalizou pra fora, nem foi notado em campo. Mais uma vez colocou gravemente em xeque o investimento astronômico que fizeram nele.

Fred, que também voltava de longa parada, não chegou a jogar bem; sentiu claramente falta de ritmo. Mas se esforçou bravamente os 90 minutos, nunca se omitiu.

Que Muricy não tinha opção senão escalar Deco e Fred de saída, não se discute. Mas o luso-brasileiro jogava tão mal que deveria ter sido sacado ainda no primeiro tempo. Em vez disso, saiu no intervalo. E o técnico, mais uma vez, errou: Botou Washington ao lado de Fred, dois jogadoes de características semelhantes, que não se encaixam.

Para piorar, tirou Tartá, e o time ficou dependendo exclusivamente de repetidos e infrutíferos cruzamentos. Mas Muricy não parou por aí: perdendo um jogo decisivo em casa, inexplicavelmente esperou faltarem 10 minutos pra fazer o que já era óbvio muto antes: botou Rodriguinho, única opção capaz de furar o bloqueio. E não deu outra. O pênalti sofrido por ele e convertido por Conca fez até mais justiça no placar. Mas não alivou em nada os graves pecados tricolores.

O Flu deixou escapar seu favoritismo, que agora cai no colo do Corinthians.

E se perder o título, do que poderá reclamar um time que, na liderança, a quatro jogos do fim, deixou de vencer em casa o vice-lanterna? Sim, o mesmo vice-lanterna que, dias antes, foi goleado pelo já rebaixado último colocado?

Do que poderá se queixar um time que perdeu seis pontos exatamente para os dois piores times do Brasileiro?

Um time que, já faz algum tempo, não tem uma atuação convincente de fato? E um técnico que não precisa mais provar nada, mas que nem por isso pode errar tanto assim?

Do que mesmo poderá reclamar este time se perder o título que não vê há 26 anos?

De absolutamente nada.

Fonte: GE

Foto: Divulgação

Bruno Rezende