segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O time que se recusava a perder



Adaptado por Bruno Rezende
Como enfatizava seu sábio treinador, eles eram apenas meninos. No começo da temporada, alguns deles não ficavam sequer no banco de reservas. Eram, por vezes, a terceira ou quarta opção para suprir uma eventual ausência de algum reforço adquirido a peso de ouro. Já no final do campeonato, quando o rebaixamento houvera sido praticamente decretado, foram, como em um passe de mágica, reunidos para tentar salvar a tradicional equipe do atoleiro da segunda divisão.
No início, alguns resultados adversos pareciam demonstrar que o sopro de juventude que havia se ocupado das cores verde, branco e grená de nada adiantaria. A queda era questão de tempo. Foi aí então que veio o confronto contra um certo Galo das Alterosas. A vitória sobre um dos líderes do certame reacendeu a chama esperança, consolidada, definitivamente, na rodada seguinte, em uma virada espetacular sobre a poderosa Raposa.
Dali em diante, os outrora guris se transformaram em homens de respeito. O arqueiro, que no início do ano teve sua contratação contestada por todos, tornou-se uma muralha quase intransponível. O lateral-direito. Ah! o lateral-direito. Aquele mesmo que foi vaiado de norte a sul do Brasil, virou destaque da equipe. Na zaga, duas joias de Xerém e um guerreiro recém-chegado da Macaca campineira - que até com o rosto cortado se recusava a sair de campo-, deram a esperada solidez defensiva. No meio-campo, um ex-alvinegro relembrava seus melhores dias. Após um período marcado por problemas de saúde e polêmicas, ele voltava a demonstrar toda a garra que era sua marca registrada. Na criação das jogadas, destacava-se um pequenino "hermano", que além de habilidoso, mostrava um amor incondicional às três cores que traduzem tradição. Por fim, o ataque. A perfeita união que trouxe de volta para os torcedores uma expressão que guarda boas lembranças: "casal 20". Um deles, já era consagrado. Disputara Copa do Mundo. Entretanto, mesmo com toda fama ,não esbanjava nobreza. Ai daquele que ousasse profanar o manto que o vestia. Como um exemplar capitão, postavasse a frente de seu exército para quaisquer que fossem as batalhas. O outro, acabara de sair das fraldas. Comparado a um velocista, empregava sua jovialidade em favor da ressurreição de seu clube do coração.


Os valentes meninos, sem dúvidas, têm seus nomes gravados para sempre na memória de milhões de fanáticos torcedores. Rafael, Mariano, Digão, Dalton e Gum, Marquinho, Diogo, Diguinho e Conca, Fred, Maicon e Alan. Esses eram seus nomes. Eles formavam o time que se recusava a perder.
Obrigado Guerreiros
Fonte: Site Oficial

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