segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sócios do Flu encontram mais de 400 mortos aptos a votar


Quando Nelson Rodrigues convocou os mortos a saírem de suas tumbas e torcerem pelo Fluminense não imaginava que anos depois eles também poderiam votar.

Dois sócios tricolores, Carlos Eduardo Rangel de Moura e José Adhemar Arraes Filho, entraram com um requerimento no Ministério Público do Rio de Janeiro na última quarta-feira solicitando que o órgão busque explicações do presidente Roberto Horcades e do presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Henrique Mariz Moreira, a respeito de problemas no cadastro de sócios do clube. Segundo a petição enviada ao MP, existe uma diferença entre o número de sócios ativos – ou seja, aptos a votar – na lista de 2009 e o entregue aos candidatos em 2010.

No ano passado, o Fluminense assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MP por causa do episódio que ficou conhecido como a 'farra dos ingressos', na final da Libertadores em 2008. Para selar o acordo, mandou uma lista dos cadastros ativos até 26 de novembro de 2009, um ano antes das eleições. Este ano, quando os candidatos à presidência do clube receberam a lista da direção do clube, ficou constatada diferença de 1800 nomes a mais.

Moura e Arraes Filho pediram ao MP algumas semanas atrás a lista dada pelo Fluminense ano passado. De posse dela, viram a diferença com a lista entregue este ano aos candidatos. A partir daí, passaram a filtrar sócios tidos como 'ativos' que nasceram no início do século XX e descobriram, a partir de cruzamento de dados disponíveis na internet e em cartórios, mais de 400 pessoas comprovadamente mortas.

“Estou temeroso. Quando ofereceram as listagens eu fiquei um pouco mais atento. Infelizmente isso é um perigo. Essas coisas ferem a instituição. Quero apenas que as coisas fiquem claras, para que no futuro o Fluminense não seja a maior vítima. Acho importante regras bem estabelecidas e mais seguras para todo associado votar sem problemas”, disse Carlos Eduardo Rangel de Moura, sócio do Fluminense desde 2008.

Longevidade é a marca da lista

No levantamento feito pelos sócios Carlos Eduardo Rangel de Moura e José Adhmar Arraes Filho estão pessoas nascidas entre 1900 e 1910 que constam ainda como termo 'ativo' em seus cadastros. Ou seja, hoje o Fluminense tem possíveis votantes, segundo o cadastro distribuído pela direção do clube, que nasceram ainda no século XIX e estariam com idades entre 100 e 110 anos.

Segundo dados da pesquisa do IBGE divulgados esse ano, a expectativa de vida média dos brasileiro é de 73,1 anos. Outro fato curioso observado pelos sócios é que no espaço destinado para os contatos telefônicos, ainda se observa números com apenas seis dígitos, que não são mais usados no Brasil.

Fonte: Lancenet
Foto: Bruno Rezende 

Bruno Rezende



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